O Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) marca presença na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA). Dois projetos criados por alunos das unidades plenas de Codó e Tutóia foram selecionados para compor a programação voltada à juventude e às iniciativas inovadoras que buscam soluções para a crise climática. As propostas destacam o papel do Maranhão na pauta ambiental mundial ao unir ciência, tecnologia e compromisso social.
Para a diretora-geral do IEMA, Cricielle Muniz, a participação dos estudantes é um marco para a educação pública maranhense.
“A COP30 é o maior espaço global de debates sobre o futuro do planeta. Ver nossos jovens ocupando esse lugar com ideias transformadoras mostra que estamos formando cidadãos críticos e engajados. Esses projetos provam que a escola pública tem papel fundamental na construção de um mundo mais sustentável.”
Reaproveitamento de água e energia solar
O primeiro projeto, desenvolvido no IEMA Pleno Codó, apresenta um sistema inteligente de reuso de água movido a energia solar, criado para reduzir o desperdício dentro da própria escola. O sistema automatizado capta, filtra, armazena e redistribui a água para uso em hortas, jardins e sanitários.
A iniciativa, que já foi reconhecida nacionalmente pelo Prêmio Criativos da Escola + Natureza, do Instituto Alana, nasceu a partir de um diagnóstico feito pelos próprios alunos sobre o consumo hídrico da unidade.
A professora Vivian Alessandra, orientadora do projeto, destaca a importância da experiência:
“Ver nossos alunos na COP30 apresentando uma solução prática para o uso racional da água é inspirador. É a prova de que a educação muda realidades e desperta consciência ambiental.”
A estudante Anna Laura Barros reforça o impacto da jornada:
“No início parecia um desafio grande demais. Com o tempo, percebemos que estávamos criando algo real e útil. Hoje, saber que nosso trabalho será apresentado ao mundo é uma conquista imensa.”
Energia limpa a partir de resíduos
O segundo projeto vem do IEMA Pleno Tutóia e transforma cascas de coco e serragem em combustível ecológico de alto rendimento. O material atinge temperaturas de até 700°C e mantém a queima por mais de 25 minutos, além de contar com adição de pó de nim-indiano, que atua como repelente natural de insetos.
A pesquisa já produziu 41 unidades do biocombustível, que podem ser utilizadas em casas, indústrias e na agricultura.
O aluno Jonas Porto celebra a oportunidade:
“Representar minha comunidade na COP30 é algo que jamais imaginei. Estar aqui mostrando nosso projeto é motivo de muito orgulho.”
Para o professor Lute Rafael, a experiência é transformadora:
“Apresentar um projeto sustentável para o mundo inteiro é uma vivência que marca para sempre. O IEMA tem sido um espaço de incentivo à ciência e à inovação, e isso faz toda a diferença.”
Maranhão no debate global
A participação do IEMA na COP30 reforça o protagonismo da juventude maranhense nas discussões sobre o futuro do planeta. Os projetos abordam temas centrais da conferência, como o uso consciente da água, energia renovável e economia circular, demonstrando como a educação pública pode gerar impacto positivo e inspirar outras escolas em todo o país.
A presença dos estudantes em Belém representa um avanço simbólico e concreto na inserção do Maranhão na agenda climática mundial.



